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terça-feira, 23 de março de 2010

Injustiça



Caros,

No final de 2009 tive a grande felicidade de saber que iria ser mãe, até a primeira consulta com o ginecologista, tinha muitas dúvidas, pois era marinheira de primeira viagem, sentia muita cólica e não entedia o porquê, fiz todos os exames e então alívio, estava tudo bem e normal, passou todo o momento de festa natalina na empresa, aquela correria que todo RH conhece, a empresa estava me devendo 15 dias de férias e solicitei gozar-los no fim do ano, fiz uma viagem e foi literalmente maravilhosa.



No último dia de viagem eu tive infelizmente um pequeno sangramento, fui com urgência a um hospital e então a pior notícia que uma futura mamãe de primeira viagem poderia receber, meu filho estava morto, vocês já sabem qual foi minha reação, não vou entrar em detalhes.

Neste mesmo dia (Infeliz), eu tinha que pegar o vôo de volta pra casa e a médica abençoada por Deus, me tranqüilizou quanto a todos os sintomas que eu iria sentir e me garantiu que daria para eu chegar sem maiores complicações, ao chegar na minha cidade fui em casa deixei as mala já era bastante tarde da noite e tentei dormir, pois como a médica havia me orientado, era necessário que a dor aumentasse e o sangramento também, na madrugada não suportei mais a dor e fui ao hospital, o aborto foi concluído e eu estava destruída, somente chorava.



Após os 10 dias de atestado que o médico me deu, voltei ao trabalho, fui recebida de uma maneira fria, nenhum abraço e mais, não havia nenhuma atividade que eu pudesse realizar, estranhei de momento, mas o setor de RH que era onde eu trabalhava havia mudado de sala, então achei que fosse por isso, e ainda estava um pouco aérea devido só ter passado 10 dias do aborto, mas após 15 minutos que eu havia chegado meu gestor me chamou na sala de reunião e começou a me dar um feedback cheio de mágoa, palavra usada por ela, pois havia recebido uma ligação de uma amiga de outra empresa e que eu tinha enviado um currículo meu para lá.


Essa gestora tinha 6 meses de empresa e quando ela entrou fiquei com muita dúvida se a mesma iria querer me manter em sua equipe, dúvidas pairam em nossa cabeça na hora que se muda um gestor, distribui currículos e 6 meses depois sua amiga viu, daí me pergunto qual crime eu cometi????.


Continuando, a gestora me acusou de falta de comprometimento e que eu não fazia nada, ficava só olhando ela fazer tudo e muito mais, que não vem ao caso, pois não é dela que quero falar, mas de sua postura, eu não tinha reação nenhuma a não ser chorar, e conseguir com um pouco de calma perceber que era impossível depois de 5 anos nessa empresa continuar trabalhando lá e muito menos com essa pessoa que não teve a menor caridade .


Gente, não é o feedback, mas a hora em que ele é aplicado, você pode falar o que quiser, mas não como quiser, após um aborto causado de forma espontânea e não provocada, a mulher se encontra, falo por mim, a pior das criaturas, o sentimento de impotência, o luto da morte do filho desejado, não é definitivamente o momento certo e o que mais me deixou embasbacada é que essa postura foi tomada por um estudante de psicologia.



O profissional de psicologia pode ser tão CRUEL quanto qualquer pessoa formada em economia, administração, tecnólogo em gestão de pessoas, pedagogia, engenharia, contabilidade e etc., não é um diploma que torna um ser humano melhor, não estou criticando a área especificamente, pois quero cursar psicologia ainda esse ano, mas faço um apelo aos empresários, profissionais de RH, para que abram o mercado de trabalho para outras possibilidades, existe muitos não psicólogos excelentes gestores de pessoas.



DÊM FEEDBACK COM AMOR SEMPRE, É UM SER HUMANO QUE VAI OUVIR E PODE ESTAR NO PIOR MOMENTO DE SUA VIDA!!!!!!!

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